segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O dia em que o próprio Stand-Up resolveu fazer um stand-up

“Se tem uma coisa que eu não entendo é por que todo comediante, quando vai me fazer, começa com ‘Se tem uma coisa que eu não entendo...’. Caramba, tanto jeito de começar – por que não com ‘Olha, agora eu entendo tudo! Então tá aqui o dinheiro de vocês de volta!’ (risos) Aliás, se todo stand-up começa com ‘Se tem uma coisa que eu não entendo’, deveria terminar com ‘Como assim, não precisa voltar amanhã?’ (risos) Mas já que estamos falando em começar, acho que o primeiro stand-up da História foi o Sermão da Montanha: um judeu falando, uns olheiros italianos infiltrados na platéia e os vendilhões ficando com o dinheiro. (risos) Sim, sim. Na verdade eu comecei a fazer sucesso nos Estados Unidos quando se juntaram a Grande Depressão e a Lei Seca: na pindaíba, tiveram que vender todos os móveis das peças de teatro e os atores acabaram de pé. E quererem proibir o álcool foi a grande piada. (risos) Bom, alguns anos depois precisei de um tempo de introspecção, e me retirei para o deserto. Mais precisamente o deserto de Nevada, fazendo grana em várias casas noturnas de Las Vegas. (risos) Claro, os tempos mudaram e, com a evolução dos costumes, passei aos poucos a ser praticado também por negros, mulheres, gays e – suprema prova de tolerância de minha parte – canadenses! (risos) Agora, vocês precisam conhecer a minha versão brasileira. Para vocês terem uma ideia, dizem que um comediante brasileiro de stand-up cruzou com uma piada engraçada na rua, mas os dois não se reconheceram. (risos) Mas a degeneração mesmo virá quando fizerem uma versão escrita de mim. Que graça pode ter um textinho entre aspas, cheio de (risos) no meio e...